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A relação entre Psicologia e Fenomenologia foi um tema relevante na obra do filósofo
alemão Edmund Husserl (1859-1938), considerado o fundador da Fenomenologia e um dos
pensadores expoentes do século XIX que influenciou, através de sua obra, tanto as correntes
filosóficas de seu tempo como as ciências de forma geral. A psicologia foi uma das
disciplinas mais abordadas em seus escritos, tornando possível a fundação de uma nova
corrente, a designada Psicologia Fenomenológica. A finalidade desta dissertação é contribuir
com os estudos sobre a fenomenologia e seu contraponto prático na ciência psicológica, a
partir da revisão e análise da obra intitulada Fenomenologia e Psicologia (1917), um breve
escrito de Husserl que se constitui, a um só tempo, numa introdução à fenomenologia e ao
método fenomenológico. O trabalho inicia abordando a crítica husserliana ao Psicologismo –
termo empregado para caracterizar as posições filosóficas que reduzem o conteúdo
cognoscitivo aos mecanismos psicológicos e aos fenômenos subjetivos da consciência – e
introduz a visão husserliana da psicologia e da própria fenomenologia. Para definir a
fenomenologia, é dado enfoque particular ao conceito de “fenômeno”, dando-lhe a devida
amplitude, clarificando o seu sentido na ótica fenomenológica e relacionando-o com o
conceito de “objeto”. Fenômeno, na abordagem fenomenológica, não é a verdade objetiva da
natureza, que é objeto de estudo das ciências da natureza. Para o estabelecimento das
relações entre fenômeno e objeto, Husserl retoma o conceito de “consciência”, o que dará
origem a duas diversas ciências: a ciência da consciência em si mesma e a totalidade das
ciências objetivas. Uma vez apresentadas as características da fenomenologia, ciência da
consciência em si mesma, explicita-se sua estreita relação com a psicologia, em especial com
aquela que Husserl nomeia “psicologia pura”. Desta relação, o trabalho deriva na relação
entre a psicologia e fenomenologia transcendental, abordando o problema da distinção entre
subjetividade psicológica e subjetividade transcendental. Para concluir, é apresentada a
proposta husserliana da fenomenologia como realizadora da ideia de uma psicologia
racional ou fenomenológica e da abertura de um enorme campo de conhecimento racional e
não de menor, mas de maior peso para a possibilidade de conhecimento psicológicoempírico. |
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