Abstract:
A ascensão das Inteligências Artificiais generativas (IAGen) impulsiona um debate crucial sobre a natureza da criatividade, seus limites e implicações éticas. Este artigo investiga a criatividade intuitiva humana sob a ótica da Ontopsicologia, comparando-a com a produção criativa das IAGen. A Ontopsicologia define a criatividade autêntica como um ato de originar ligado à intuição e ao Em Si ôntico – este compreendido como expressão individual do Ser e via de acesso ao Nexo Ontológico que fundamenta a conexão com a realidade. Tal perspectiva contrasta com a operação algorítmica e recombinatória das IAs, baseada em dados e padrões. Adotando uma metodologia teórico-analítica, com pesquisa bibliográfica nos fundamentos ontopsicológicos e análise qualitativa exploratória de respostas de IAs (Claude 3.7 Sonnet, ChatGPT 4o e 4.5, Gemini 2.5 Pro) a um prompt estratégico, o estudo aprofunda a distinção entre os dois fenômenos. A análise revela que, embora a IA possa aumentar a produtividade e gerar resultados formalmente novos, ela carece da intencionalidade, consciência, compreensão de significado e capacidade de gerar novidade de ser, inerentes à criatividade intuitiva humana, que opera em conformidade com o Ser. Conclui-se pela diferença ontológica fundamental – radicada na capacidade humana de realizar o Nexo Ontológico – entre a criação humana autêntica e a produção maquínica. Reafirma-se o protagonismo humano sob a ótica do Humanismo Perene e a necessidade do critério ontopsicológico para discernir o valor da tecnologia, em linha com diretrizes éticas internacionais (UNESCO, 2021, 2024) e estratégias nacionais (BRASIL, 2024). O trabalho posiciona-se como base para futuras pesquisas empíricas sobre o tema.